Vídeo _ A HISTÓRIA DAS COISAS

ARTIGOS , VÍDEOS jan 25, 2016 No Comments

Este vídeo é muito interessante e vale a pena ver várias e várias vezes, até porque ele é bem complexo e carregado de informações valiosas.

Abaixo um texto reflexivo sobre o tema do vídeo A História das Coisas (The History of Stuff) – Annie Leonard – dividido em 2 partes. Ótimo vídeo que nos faz refletir sobre as nossas ações!



A economia de materiais é baseada no consumo, e é constituída de processos: extração, produção, distribuição, consumo, e descarte. Entretanto não é tão simples, pois estes processos desencadeiam outros processos que afetam as pessoas, e envolvem muitos fatores como sociedades, culturas,  economias e ambientes.





Atualmente o sistema produtivo que temos é linear, constituído de etapas, que seguem uma a outra até chegar ao final deste. O problema está justamente neste ponto, pois os recursos naturais extraídos geram produtos que são consumidos, e como se não bastasse toda a degradação causada ao longo da fabricação, estes produtos são jogados fora tendo pouco tempo de uso, gerando acúmulo de resíduos, que são descartados de maneira inadequada. Não existe aqui o reuso e/ou a reciclagem, que são métodos de um sistema cíclico, proposto pela autora, onde desde o início do sistema os processos são pensados de maneira que proporcione a preservação dos ecossistemas. Algumas empresas possuem métodos que prezam pela preservação, mas ainda são casos isolados.
Existe a comparação de governos (em especial o dos EUA) a tanques de guerra pelo fato de que a maior parte dos impostos recolhidos pelos governos é destinada aos seus exércitos. (não é dito no vídeo, mas a meu ver, eles podem ser comparados também pelo fato de que o governo “passa por cima” da sociedade em busca de maiores resultados econômicos, sem analisar as consequências, causando destruição, e fazem isso de maneira que dificulte que alguém os barre). Com a extração e o consumo crescendo de maneira descontrolada para sustentar o modo de vida que é imposto, os recursos naturais estão se esgotando, e a alternativa mais comum adotada pelos países desenvolvidos para que o consumismo não pare de ser alimentado, é buscar em outros países. Então a escassez de recursos naturais se alastra também pelos países subdesenvolvidos.

Os países estão explorando os recursos violentamente, acima da capacidade de reposição do ecossistema, uma vez que cada pessoa consume em quantidade que excede o necessário para se manter. Esta exploração destrói os ecossistemas e altera a forma como as pessoas vivem, pois, sem os recursos naturais, não conseguem manter as condições para sua sobrevivência, sendo obrigadas a fazer parte desse sistema.
Estas pessoas que tiveram suas terras devastadas pela extração dos recursos naturais não foram valorizadas enquanto moradores do local, pois não contribuíam para o governo, então tiveram que mudar suas vidas e fazer parte desta economia de consumo, trabalhando em empresas, e sendo obrigadas a consumir para sobreviver, e assim contribuem para o sistema. O valor das pessoas é medido pelo consumo, onde aqueles que consomem constantemente possuem maior valor aos olhos dos governos, pois contribuem com o aumento da economia.
Constantemente os preços dos produtos são reduzidos para incentivar o ato de consumo, mas o verdadeiro custo não se reflete no produto em si, está relacionado com todos os processos envolvidos em sua fabricação. As pessoas pagam com a perda dos recursos naturais de suas terras, pagam com a sua saúde, pois são expostas a poluição do ar (por causa das fábricas emissoras de produtos tóxicos), às crianças que trabalham no processo, entre outros.
A velocidade da obsolescência gera maior exploração de recursos naturais, maior produção de produtos, acúmulo de lixo, e a degradação do meio ambiente, afetando todos os seres vivos, inclusive os seres humanos.
A obsolescência programada consiste na criação de produtos de forma que se tornem obsoletos ou não funcionais em pouco tempo, para forçar o consumidor a substituí-lo. O conserto não é incentivado e normalmente custa mais caro do que um produto novo. Este ato garante um consumo constante e alimenta a economia.
Os padrões de consumo impostos fazem com que as pessoas consumam, mesmo quando não há necessidade. Isso acontece, pois de tempo em tempo, são criados produtos com design diferente, e a mídia em geral informa isso às pessoas de maneira que as faz pensar que as coisas que possuem estão obsoletas. É tudo uma questão de satisfazer o ego através das compras. Então vivemos em um mundo onde o normal é trabalhar para ganhar dinheiro para comprar coisas que vimos na mídia, e então trabalhar novamente para pagar as contas, e fazer novas contas… E assim vai virando uma bola de neve, as pessoas possuem menos tempo livre para fazer atividades de lazer, como passear, aproveitar a família, os amigos e seus animais de estimação.
Na etapa de descarte do lixo é muito comum que alguns resíduos sejam acumulados em aterros sanitários, poluindo o solo e a água, e outros são incinerados deixando de ocupar espaço, mas a incineração também é um método nocivo. Com a incineração dos resíduos, todos os tóxicos utilizados em sua fabricação são liberados no ar e se misturam criando novos gases ainda mais nocivos à saúde e ao ecossistema.
A reciclagem doméstica é uma ótima alternativa, mas não é suficiente para a preservação do meio ambiente. O lixo é gerado durante todo o processo de fabricação (extração, produção, distribuição, consumo), e algumas embalagens são feitas com a mistura de matérias impossibilitando a separação para a reciclagem, como é o caso das caixas de leite. Então o processo de reciclagem deveria ocorrer desde o início da fabricação, aliado a outros meios ecológicos.
A própria natureza limitará este sistema econômico e cultural, pois os recursos irão acabar. A sociedade deveria ter mais zelo pela natureza, e não ser tão influenciável. Deveria ter senso crítico e analisar cada situação para que as coisas sejam feitas de maneira consciente, sem que haja prejuízos e danos. Acredito que esse tipo de assunto deveria ser tratado com as crianças nas escolas e em casa, para que aprendam a valorizar o que realmente será útil para as suas vidas.


Texto de autoria da Arquiteta e Urbanista Vanessa De Negri

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