”A palavra naumaquia, (em latim naumachia, do grego antigo ναυμαχία/naumakía = combate naval) designava simultaneamente na Roma Antiga tanto o espetáculo no qual se representava uma batalha naval como a piscina, ou o edifício, onde esta era encenada.”
A primeira naumaquia conhecida foi oferecida por Júlio César ao povo de Roma em 46 a.C., durante a celebração do seu quádruplo triunfo. Depois de ter construído uma piscina perto do rio Tibre, a representação mobilizou 2.000 combatentes e 4.000 remadores, recrutados entre os prisioneiros de guerra.
Em 2 a.C., durante a inauguração do templo de Marte Ultor, Augusto ofereceu uma naumaquia que teve como modelo a celebrada por César. Como o próprio Augusto recorda em Res Gestæ (§ 23), construiu uma piscina na margem direita do Tibre, utilizando o aqueduto Água Alsietina, na qual se enfrentaram 3.000 homens (sem contar os remadores), 30 navios dotados de espigão e numerosas unidades menores.
“Ficou famosa a naumaquia que Augusto mandou cavar em Trastevere. Tinha 536 metros de comprimento e 357 de largura, era alimentada por um aqueduto especial, o Alsietino, e foi inaugurada com um espetáculo que teve a participação de três mil combatentes, sem contar a tripulação das naus”. (LIBERATI; BOURBON, 2005, p. 78).
Os patrícios sentavam-se nas primeiras fileiras, e a plebe se sentava nas fileiras restantes até o topo. Em dias de muito calor, toldos eram estendidos para proteger do sol. Existia uma espécie de camarote apenas para gente ilustre como políticos, generais, e o próprio imperador com seus convidados especiais.
Cláudio organizou em 52 d.C. uma naumaquia numa vasta extensão natural de água, o lago Fucino, para inaugurar os trabalhos de drenagem do mesmo. Os lutadores eram condenados à morte. Graças a Suetónio e à sua obra Vidas dos Doze Césares (Cláudio, XXI, 1214), sabemos que os naumaquiários (os combatentes nas naumaquias), saudaram o imperador antes do combate com uma frase que posteriormente se tornaria famosa: Morituri te salutant (“Os que vão morrer te saúdam”). Embora uma tradição tenha feito considerar que esta era a fórmula ritual com a qual os gladiadores se dirigiam ao imperador antes do combate, apenas se tem constância do seu uso durante a celebração desta naumaquia.
Há boatos de que as naumaquias faziam parte dos espetáculos dos “Jogos do Coliseu”, mas se estas tinham lugar no próprio anfiteatro ou num lago construído expressamente por César Augusto é um tema de debate entre os historiadores. Segundo Dião Cássio, teriam ocorrido na inauguração duas naumaquias, uma no lago, com centenas de combatentes, e outra menor já no próprio anfiteatro.
Representação de uma naumaquia no Coliseu. Kuhn, 1919.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Naumaquia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jogos_inaugurais_do_Coliseu
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